quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Que bom seria sair sem rumo, sem hora pra voltar. Pegar uma rodovia qualquer e ir ao norte de lugar nenhum, apenas pelo prazer de sentir o vento bater no rosto, observar as paisagens. Deslizar pelas curvas da estrada, dirigir enquanto o corpo aguenta. E então parar, acampar no mato, sem muito luxo, acender uma fogueira e olhar o fogo trepidar. Conversar com a lua e dormir sob o brilho das estrelas. Fugir da cidade, do barulho, quiçá fugir de mim. Ter um momento livre dos problemas, com a cabeça leve, deixar novas ideias fluírem e apagar por um momento as aflições diárias. Passar um tempo comigo mesma, sentar em uma pedra e refletir. Pegar sol, chuva, vento, poeira, e sentir prazer a cada uma dessas sensações, sem reclamar da vida, ou do clima. Apenas por um instante observar à minha volta a beleza das coisas que deixei passar, a natureza, as aves, e perceber o quão pequena e insignificante eu sou no meio desse mundão, e só então voltar ao meu pequeno mundinho urbano, rodeado de avenidas e automóveis, bares, toda aquela barulheira, o trânsito, as pessoas. O cansaço, o estresse, o caos. A gente é assim, estranho. Às vezes é preciso perceber o inferno em que vivemos para saber dar valor no paraíso que deixamos de observar à nossa volta por estarmos ocupados com pequenos problemas corriqueiros. 

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