sábado, 4 de abril de 2015

Pela terceira vez seguida eu tento escrever algo que preste. Procuro relaxar ao som do Blues e um cigarro, mas nem isso me inspira. De verdade, ando perdendo meus dons. Antes, eu gostava de tocar o violão e minha guitarra, fazer arranjos e solos, até compunha quando a inspiração vinha, e agora, nada. Adorava desenhar, passar horas traçando as características faciais de alguém, preenchendo os detalhes, agora, isso já não me serve de passatempo. Escrevia sempre poemas, nem sempre belos, mas verdadeiros, e hoje, me sento e nada, me deito e nada, leio e nada. As palavras fogem de mim assim como eu fujo, em vão. Dizem que beber ajuda, mas não resolve. O cigarro já não me acalma como antes e as músicas não soam como deveriam aos meus ouvidos. Sinto que me afundo cada vez mais em mim mesma, e não sei se quero ser salva, não mais. Penso que uma vez que perdemos o nosso caminho, é necessário desbravar outros, talvez se perder mais, se embrenhar no desconhecido. Talvez um dia eu volte a escrever como antes, assim como quem sabe eu encontro o caminho onde me perdi, mas nada é garantido. E isso é belo. O novo não me assusta, as mudanças não me chateiam, eu não tenho medo do amanhã. Mesmo que eu fuja, em algum outro lugar irei me encontrar, em outros ares, outras marés, e eu velejarei para onde o vento soprar. Abrirei minhas asas e deixarei o vento decidir onde é o meu lugar dessa vez. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário