quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Eu sei que os portões dessa prisão jamais se abrirão para mim, por mais que eu tenha tentado em vão quebrar essas barras de ferro. Com mãos e joelhos no chão, eu rastejo em busca da saída que nunca encontro. Eu vou te alcançar. Vou chegar onde você chegou, onde eu jamais imaginei ir, eu vou estar lá. Mesmo estando com medo, fechada entre quatro escuras e úmidas paredes, os muros não podem prender nada além de meu corpo. Minha alma é livre e jovem, como um dia eu fui. Eu só preciso de você. Eu sei que você não me ouve, mas eu grito desesperada o seu nome, esperando que você venha ao meu encontro, e se apresse em me tirar daqui, porque eu estou morrendo. Estou caindo em um abismo profundo de onde sei que não terá volta. Venha depressa, por favor, eu clamo por ti. Só você pode me livrar de toda essa dor e miséria. Porque quando tudo que eu tinha e era desmoronou, você ainda permaneceu em pé, forte. Quando eu fui fraca demais pra suportar o peso do mundo sobre meus ombros, você o tirou de minhas costas e o carregou sozinha, enquanto me amarava, torpe demais pra perceber o quão sobrecarregada você estava e ainda assim não desistiu. Você me ensinou a diferença entre o certo e o errado, e você enxergou em mim tudo aquilo que eu poderia ser, e até mais. Teve fé em mim, uma fé que nem mesmo eu tive. Por isso eu se que você pode segurar a minha mão, e nesse instante, tudo isso ficará pra trás, e eu serei uma nova pessoa. Só você pode dizer se vale ou não à pena tentar me salvar, porque só você tentou dia após dia, fazer de mim alguém sem medos.

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