terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Estranho como a gente fica reflexivo certos dias, e para pra pensar no que a gente tá fazendo com a nossa vida... Corremos tanto atrás de uma felicidade inexistente, plantada em outras pessoas, em sonhos materialistas, mas no fim, acabamos por perceber que corremos em círculos, em vão. Hoje é um daqueles dias que deixam no chão. Eu não queria que as coisas tivessem acontecido do jeito que aconteceram, tão pouco que você tivesse que ter ido. Pra sempre. Mas o tempo passa, a dor vira saudade, a gente aprende a conviver com as lembranças boas e empurrar as ruins pra'um cantinho da memória onde a gente não precise lembrar com tanta frequência aquilo que nos machuca. A verdade é que por quatro anos eu venho tentando cicatrizar essas feridas, e por quatro anos, na data de hoje eu percebo que elas continuam abertas, em carne viva, e ainda sangram. E por mais que eu tente, por mais que eu queira, não vai passar. Porque você não vai passar. Por isso eu acho que devemos ter mais coragem de tomar as decisões que realmente nos fazem felizes, ao invés de ficarmos preocupados com a sociedade julgadora a nossa volta. Devemos ter coragem pra dizer não quando algo não nos satisfaz, e não apenas aceitar o que nos é imposto. Porque viver é agora, amanhã ninguém sabe, e a vida passa. Ninguém quer chegar no fim e perceber que não fez nada. Que passou a vida lutando pra ser feliz e não foi. Que queria dinheiro, mas não soube aproveitar os momentos bons que ele pode proporcionar, porque estava preocupado em ganhar sempre mais. Se tem algo que a morte nos ensina, é viver. De verdade, do nosso jeito, sem culpa, sem medo, sem algemas. A falta que você faz é irreparável. Ainda me pego às vezes me perguntando o que você diria pra mim em determinadas situações, qual conselho me daria, qual bronca... Você se foi cedo demais, mas não posso reclamar disso, estive muito tempo com você, aproveitamos ao máximo sua estada aqui. E então você se foi, e eu fiquei. E pensar que o mesmo motivo que faz minhas lágrimas caírem descompassadas é o mesmo que me faz sorrir com as lembranças... que loucura é a vida, não? Esteja onde estiver, quero que saiba que te lembrei e te lembro sempre. E que eu não estou mais triste por você ter partido, estou feliz por poder ter te conhecido, convivido com você. E que se hoje eu chorei, foi de saudade, não mais de desespero. Se hoje me permiti ficar triste, foi por causa das lembranças de tudo que você passou, e não porque eu queria estar aí contigo. Eu mudei, minha forma de pensar e ver as coisas, a morte sobretudo. 

"Amigo é coisa pra se guardar no lado esquerdo do peito, mesmo que o tempo e a distância digam 'não'. Mesmo esquecendo a canção, o que importa é ouvir a voz que vem do coração. Pois seja o que vier, venha o que vier. Qualquer dia, amigo, eu volto a te encontrar. Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar." 
- Canção da América, Milton Nascimento. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário