segunda-feira, 31 de julho de 2017

Eu sou detalhista. Te disse isso algumas vezes, e torno a repetir. Eu sou detalhista. Isso quer dizer que eu presto atenção em tudo o que você diz ou faz. Eu presto atenção em você. E às vezes eu vejo mais coisas do que eu queria ou gostaria de ver, mas eu sou detalhista e me apego nos detalhes, mesmo aqueles que me doem, porque mesmo os minúsculos detalhes me saltam aos olhos como se fossem enormes, e fico sem opção de não vê-los. Por vezes, isso me faz tão mal que eu fico paranóica, eu tento me apegar à outras coisas, mas os detalhes do que eu vejo me cegam e só vejo aquilo. E então eu vou em busca das respostas que não quero, mas frequentemente acho. E me desaponto. E me chateio. E os detalhes se confirmam. E eu me sinto culpada. E fico mal. E fumo. E volto a pensar no quão me odeio por ser detalhista. E fumo. Minha cabeça cheia de minhocas, fico tentando achar uma explicação que me satisfaça, que não me corroa. Quase nunca acho. E fumo. E decido conversar contigo, mesmo me prometendo que não voltaria a te encher o saco com as minhas paranóias, lá vou eu rumo a você com a cabeça cheia delas. E o coração cheio de medo. E me sinto culpada por quebrar minhas promessas. Mas eu sou detalhista. E sou péssima mentirosa, portanto, preciso de verdades para sobreviver. E de um cigarro.

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