domingo, 12 de fevereiro de 2023

Quem disse que intimidade aproxima as pessoas, tem uma visão muito distorcida do que realmente intimidade significa. Se por um lado, estar o tempo todo com alguém, conhecer suas fraquezas, seus medos, amparar seus choros e dividir coisas bobas, faz com que uma ideação de algo sólido se construa, por outro, acentua tudo aquilo que é falho. Tudo aquilo que não é comum fica mais evidente: os defeitos, os gostos duvidosos, os pensamentos destrutivos e maldosos... Acredito que agora que te conheço tão bem, me desconheço um pouco mais também. Somos tão opostos em tantos aspectos, e não temos nos esforçado para diminuir essas diferenças, porque a verdade é que estamos cansados. De tudo. Da vida, da rotina, do mundo. E acredito que se não temos forças para procurar fazer o mínimo, que merda estamos fazendo, afinal? Não tenho respostas, mas de repente, me peguei questionando sobre tudo o que fiz e deixei de fazer até aqui. Me questiono qual o propósito das minhas escolhas, onde espero chegar, e quanto mais penso nisso, mais uma página em branco se desenha na minha frente e menos ideia do que fazer da vida me ocorre. Normalmente, esses períodos de melancolia são tão esperados quanto passageiros, especialmente nessa época do ano. Mas agora começo a me questionar o que estou fazendo com isso além de simplesmente sentar e esperar passar, tentando desesperadamente não voltar àquele lugar sombrio que me é tão familiar. Talvez escrever ajude. Talvez dormir também. E música. Distrações bobas, mas que ajudam os dias a passar mais rápido e a dor escorre pelo ralo junto com a água do banho. Talvez amanhã seja um dia melhor.

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