domingo, 3 de abril de 2016

Tenho andado tão absorta em meu mundo de séries e filmes que me esqueço do mundo real, onde coisas ruins acontecem, e escrever é minha válvula de escape. Tenho dedicado menos tempo pra reclamações e aproveitado melhor o tempo ócio, e por hora, está sendo bom. Mas sinto falta da liberdade de sentar e escrever qualquer coisa, mesmo que inútil. Sinto saudades de digitar sobre meu dia, meus planos, sonhos e frustrações, mesmo sabendo que ninguém venha a ler. Por isso, dedicarei alguns minutos do meu dia a desabafar. Ontem eu fui ver o pôr do sol. Estava angustiada, desesperada. Me sentia sufocada, precisava de um lugar aberto. Ali é meu ponto de paz, onde me sento e me perco por horas observando o sol se despedir lentamente, e a noite chegar, reconfortante. Naquele lugar, sentada naquela pedra, observando a imensidão do céu, percebo quão pequena sou em meio a todo esse mundo caótico. Esqueço meus problemas, vergonhas, dores. Somos só eu e o vazio a minha volta, o silêncio, o vento, e o sol, mesmo fraco, a iluminar tudo isso. Sempre que me sinto perdida, busco refúgio nesse lugar. Onde eu quase consigo fugir de mim mesma e dessa esquizofrenia ambulante que me tornei. Paro, penso, reflito, medito. É incrível como o lugar é o mesmo, a pedra é a mesma, o sol é o mesmo, mas a cada vez que vou lá, consigo voltar diferente. Menos mesquinha, talvez. Menos egoísta. Talvez tenha a ver com encarar a imensidão, e perceber que não sou nada perto de toda a grandeza do universo. Ou talvez, apenas preciso ficar um tempo comigo mesma, sem platéia, somente em contato com a natureza. Bom ou ruim, é pra lá que eu corro quando tudo fica pesado demais sobre os meus ombros e parece que vou ceder ao peso. E lá redescubro minha força, recarrego as energias, e volto cheia de planos. 

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