quinta-feira, 28 de setembro de 2017

E eu ali, na minha necessidade sádica, espreito seus passos. Rondando-te como fera que acua presa fácil. Em silêncio, observo minha frágil presa. Não será hoje porém o confronto. Não. Meu sadismo me diz para ser paciente, então apenas olho de longe, como se estivesse alheia ao que me ocorre. Esperando um deslize talvez, um pequeno erro de cálculo que te provará que você andou em círculos à minha volta durante todo esse tempo. Mas reconheço o meu sadismo de esperar o momento, e reconheço o seu sadismo de retroceder sempre. De ir em busca do que já não está ali, só para talvez ter algo do que recordar, não sei. Não posso falar por você. Posso falar por mim, aqui sentada pacientemente. Não entrarei em confronto pelas mesmas velhas razões de sempre. Sou leão, mas não faminto. Posso esperar pela próxima refeição o tempo que se espera por uma vida. Ciente e consciente do que falo e observo. Sempre de olhos abertos, mesmo enquanto durmo. 

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