segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Sinto que estou perdendo o juízo. A cada dia me entorpeço mais e me controlo menos. Há muito tempo deixei os ataques de pânico para trás, e agora eles se fazem presentes cada vez mais constantes. É horrível me sentir impotente, sem controle do meu próprio corpo. Desejar parar, respirar e me acalmar, mas tudo que meu corpo quer é tremer, meus pulmões se recusam a reconhecer a entrada de oxigênio e meus músculos se retesam ao ponto da dormência, o que dificulta o controle, pois não sinto a mim mesma. Entro em pânico mais ainda por reconhecer minha impotência e falta de controle. Meu corpo se exausta. Tudo gira numa enorme confusão ao meu redor, não consigo me focar. Me envergonho pelo descontrole. É embaraçoso me perder assim em mim. Ao mesmo tempo em que não vejo nada, ouço tudo. Fecho meus olhos e a sensação é de que nunca mais sonharei. A escuridão me encara e fico incerta de que realmente existe algo real, ou se a realidade não passa de mera ilusão. Machuca abrir os olhos, machuca tentar raciocinar. Dói tentar me mover, dói tentar falar. É como se eu tivesse que subir uma enorme escadaria, mas subo com pesar, porque sei a queda que me aguarda no fim. Não temo os monstros de fora, pois já possuo muitos aqui dentro, e nesses momentos eles me assustam. Com a criança aterrorizada que fui, retorna o sentimento de pavor do escuro, o desejo de não estar sozinha nunca mais. O medo me cega e abrir os olhos se torna a tarefa mais difícil do mundo, pois uma vez abertos, temo ter somente a mim para socorrer-me do que me tornei. 

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